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Roni, ex-jogador da seleção e do Fluminense, é solto um dia após prisão em Brasília

Detido durante jogo entre Botafogo e Palmeiras, no Mané Garrincha, ele é suspeito de fraudar borderôs de jogos. Polícia investiga fraudes em cerca de 20 partidas.

Roniéliton Pereira Santos, o ex-jogador da Seleção Brasileira e do Fluminense conhecido como Roni, foi solto pela Justiça do Distrito Federal na noite deste domingo (26). Outras seis pessoas e o ex-atleta foram presos durante a partida entre Botafogo e Palmeiras, no Estádio Nacional Mané Garrincha, por suspeita de fraudar borderôs de jogos.

O grupo cumpria prisão temporária e, portanto, o prazo para deixar a carceragem da polícia era até esta segunda-feira (27). O G1 e a TV Globo procuraram a defesa dos suspeitos, mas ninguém quis se manifestar.

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O ex-jogador Roni é dono de empresas que negociam a realização de eventos esportivos e comercializam os ingressos. A investigação, que durou cerca de dois anos, aponta indícios dos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, estelionato e sonegação fiscal.

O diretor da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, Ricardo Gurgel, explica que o grupo informava uma quantidade menor de ingressos vendidos ou uma quantidade maior de cortesias distribuídas. Tudo para pagar menos impostos.

Com a fraude, os suspeitos também pagavam um valor mais baixo pelo aluguel do estádio Nacional Mané Garrincha, afirma Gurgel.

“A renda bruta informada no borderô é a base de cálculo de vários impostos. Entre eles, Seguridade Social, INSS, ISS e ainda o preço público cobrado pelo estádio.”

Presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal, Daniel Vasconcelos, durante prisão no Estádio Mané Garrincha, neste sábado — Foto: TV Globo/ Reprodução

A polícia diz que o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal, Daniel Vasconcelos, agia junto com o ex-jogador. Os dois foram presos em um camarote, enquanto assistiam ao jogo entre Botafogo e Palmeiras.

A 15ª Vara Federal Criminal de Brasília autorizou as sete prisões temporárias e 19 mandados de busca e apreensão em Brasília, Luziânia e Goiânia, em Goiás. Foram feitas buscas no estádio Mané Garrincha, nas casas dos investigados, em empresas e na Federação de Futebol.

Os policiais apreenderam computadores e os ingressos da partida do fim de semana. Em Goiânia (GO), foram apreendidos R$ 100 mil reais na empresa de Roni.

Entre 15 e 20 jogos sob suspeita

Estádio Mané Garrincha durante jogo entre Botafogo e Palmeiras, durante a tarde deste sábado, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução

De acordo com o diretor da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, Ricardo Gurgel, entre 15 e 20 partidas organizadas pela empresa de Roni, em Brasília, de 2015 a 2019 estão sob suspeita. “Além de jogos fora da capital”, afirma o delegado.

Entre as partidas em outras cidades, são investigados Serra-ES e Vasco, em Cariacica, no Espírito Santo, em fevereiro e Ferroviário-CE e Corinthians, em Londrina, no Paraná, também em fevereiro.

O delegado Leonardo Castro, da Coordenação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cecor), diz que o ex-jogador Roni vendia os ingressos e ainda usava catracas próprias nos eventos.

“Funcionários de outras federações onde eles levam jogos falaram que notavam que, muitas vezes, notavam essa diferença do público presente nos estádios com a diferença declarada nos borderôs.”

A polícia ainda não sabe o valor total de recursos desviados. Mas diz que a investigação aponta que os clubes e federações de futebol podem ter sido vítimas do grupo.

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