Parte da vegetação de uma Unidade de Conservação (UC) foi destruída por um incêndio em Machadinho D’Oeste (RO), a 300 quilômetros de Porto Velho. A queimada foi feita logo depois de uma operação que retirou invasores da área.
A ação de desocupação teria ocorrido no dia 7 de agosto, através de agentes da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e apoio da Polícia Militar Ambiental (PMA). Um oficial de justiça também acompanhou o trabalho de desintrusão.
Porém, depois dos invasores serem retirados houve uma queimada em parte da vegetação da reserva.
Segundo um invasor que procurou a Polícia Civil para fazer um boletim de ocorrência, a queimada na área teria sido provocada pela equipe de fiscalização da Sedam. Ele afirma que os fiscais jogaram gasolina nos imóveis, atearam fogo e, com isso, as chamas se espalharam pela vegetação.
Ao G1, a Sedam negou a denúncia feita pelo invasor no boletim de ocorrência.
De acordo com Denison Trindade, coordenador de unidades de conservação, no dia da desocupação a equipe apenas inutilizou as construções do local — como casa e curral — por meio de uma motosserra.
“Logo em seguida da nossa ação, criminosamente foram lá e atearam fogo em uma parte da vegetação da reserva. Nós voltamos depois e controlamos o incêndio. Isso é uma prática comum de invasores de áreas públicos. Quando a gente faz a destruição, com autorização da justiça, eles sempre fazem isso [de atear fogo]”, afirma.
Ainda de acordo com Trindade, a Unidade de Conservação invadida teve 90% de sua floresta derrubada.
“Foram vários anos os invasores derrubando. Nós impetramos as ações de desintrusão e tivemos êxito em obtê-la. Tiramos mais de 15 pessoas da área e agora não tem mais ninguém dentro da Unidade de Conservação, pois essa casa derrubada no dia 7 de agosto foi a última”, afirma.
Com a retirada dos invasores, a Sedam está desenvolvendo um projeto de recuperação da UC, incluindo o reflorestamento.