Do vestiário aos microfones, Messi se torna cada vez mais líder de Argentina em constante mutação

Com média de um técnico a cada 14,5 jogos na seleção, camisa 10 adota postura de comando na Copa América; craque teve mais treinadores na Argentina do que no Barcelona

Na manhã da última terça-feira, o técnico Lionel Scaloni reuniu os jogadores da Argentina para uma conversa antes do último treino preparatório para o jogo contra o Paraguai, nesta quarta, às 21h30, no Mineirão. Porém, não foi ele quem mais falou. Com semblante sério e poucos gestos, Messi comandou a roda, como já havia feito no vestiário da Arena Fonte Nova após a derrota por 2 a 0 para a Colômbia, no último sábado.

Prestes a completar 32 anos, Messi é cada vez mais líder de sua seleção. E também escudo. Após o tropeço na estreia na Copa América, o camisa 10 atraiu para si todas as câmeras e microfones na zona mista do estádio em Salvador, enquanto os demais jogadores passavam um a um por trás dele, sem dar entrevistas.

A faixa de capitão, as cinco Bolas de Ouro e a experiência de quem disputou quatro Copas do Mundo colaboram para tal postura. Mas a interminável crise da seleção alviceleste também acaba por forçar Messi a assumir as rédeas.

Messi em treino, observado por Lionel Scaloni (de preto), atual técnico da Argentina — Foto: Reuters/Agustin Marcarian

Messi em treino, observado por Lionel Scaloni (de preto), atual técnico da Argentina — Foto: Reuters/Agustin Marcarian

Desde que estreou pela equipe profissional, em 2005, Messi convive com uma Argentina em constante mutação. Nestes 14 anos, ele foi dirigido por nove técnicos de diferentes estilos e que o escalaram de formas distintas. Antes de Scaloni, ele foi comandado por José Pékerman, Alfio Basile, Diego Maradona, Sergio Batista, Alejandro Sabella, Gerardo Martino, Edgardo Bauza e Jorge Sampaoli.

Dá uma média de um treinador a cada 14,5 jogos. Para efeito de comparação, no Barcelona ele teve apenas seis técnicos, um a cada 114,5 partidas

Jorge Sampaoli foi o oitavo técnico de Messi na seleção — Foto: Reuters

Jorge Sampaoli foi o oitavo técnico de Messi na seleção — Foto: Reuters

Um dos motivos para a escolha de Scaloni como substituto de Jorge Sampaoli foi a boa relação com Messi e outros medalhões do elenco. O treinador não esconde que busca deixar o camisa 10 o mais confortável possível em campo e fora dele.

– É preciso ver as coisas como são: Messi é o melhor jogador da história, mas em campo tem que ser mais um que nos ajude a ganhar. Isso que queremos de Messi e não um salvador – declarou o treinador, em entrevista no mês passado.

As mudanças pelas quais a Argentina passa não são apenas de comando, mas também de peças. Diante do Paraguai, Messi terá quatro companheiros diferentes em relação à partida contra a Colômbia. No ataque, em vez de Di María e Agüero, ele terá a companhia de Rodrigo De Paul e Lautaro Martínez.

Boa parte dos atletas convocados para a Copa América era desconhecido por Messi. Apenas nove que disputaram o Mundial da Rússia em 2018 vieram ao Brasil.

– Os garotos estão preparados para o desafio. É um grupo forte e unido. Nos dói a derrota, obviamente, mas agora não podemos fazer nada a não ser ganhar o jogo seguinte. Não é uma boa maneira de começar, mas não vamos ficar nos lamentando – disse o craque, no último sábado.

O jogo entre Argentina e Paraguai terá transmissão ao vivo na TV Globo e no GloboEsporte.com para todo o Brasil com narração de Cléber Machado e comentários de Caio Ribeiro e Roger Flores (com Sando Meira Ricci na Central do Apito). O SporTV também transmite ao vivo para todo o Brasil com narração de Gustavo Villani e comentários de Muricy Ramalho e Maurício Noriega (com Sálvio Spinola Fagundes Filho na Central do Apito).

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