Tite confirma despedida da Seleção e se diz em “paz consigo mesmo” ao fim de ciclo

Após seis anos à frente da equipe brasileira, técnico encerra sua passagem com 81 jogos e a eliminação nos pênaltis para a Croácia nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar

Tite encerrou nesta sexta-feira sua trajetória como técnico da seleção brasileira com a eliminação para a Croácia nos pênaltis das quartas de final na Copa do Mundo. Ele já estava decidido a deixar o comando ao fim da competição do Catar e se despediu na entrevista coletiva depois do jogo.

– Derrota dolorida, porém em paz comigo mesmo. Fim de ciclo. Eu já havia colocado há mais de um ano e meio, não sou um cara de duas palavras. Não estava jogando para ganhar e depois fazer drama para ficar, quem me conhece sabe – resumiu.

Contratado em 2016, Tite não conseguiu o hexacampeonato mundial e foi eliminado nas duas Copas que disputou nas quartas de final. Em 2018, perdeu por 2 a 1 para a Bélgica, e agora ficou no 1 a 1 com a Croácia, depois perdeu nos pênaltis por 4 a 2.

– O ciclo (acabou), como eu tinha colocado anteriormente, já coloquei há mais de um ano e meio. Foi um processo. A Copa anterior (2018) foi um processo de recuperação de formação da equipe e agora teve uma sequência inteira. O desempenho vocês fazem a avaliação, está à mostra – continuou.

O treinador se despede com o seguinte retrospecto:

  • 81 jogos
  • 60 vitórias
  • 15 empates
  • 6 derrotas
  • 174 gols marcados
  • 30 gols sofridos
  • Aproveitamento: 80,2%

O único título de Tite como treinador da Seleção foi a Copa América de 2019. Em fevereiro, o treinador já tinha dito que deixaria a Seleção após o Mundial. Sua ideia é tirar um período sabático com a família e não deseja voltar ao futebol brasileiro agora.

Ao ser perguntado sobre seu legado, o técnico disse não conseguir fazer esta avaliação agora por estar no calor da derrota.

– O tempo pode responder melhor. A dor, por mais humana, coerente, consciente que eu possa ter, a emoção está aflorada. Não tenho condição de avaliar todo o trabalho realizado. Com o passar do tempo vocês farão essa avaliação. Não tenho essa capacidade agora depois de uma eliminação.

Diante da certeza de que o Brasil terá um novo técnico a partir de 2023, diversos nomes já foram citados como potenciais alvos para o cargo, como Mano Menezes, Abel Ferreira e Dorival Júnior.

Mas Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, reforçou durante a Copa no Catar que só iria tratar do novo comandante a partir de janeiro. De acordo com ele, não há nenhuma negociação em curso.

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