Depois de terem sido enviados da Rússia para a Hungria sem conhecimento prévio das autoridades ucranianas, o ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia anunciou que três dos onzes prisioneiros de guerra ucranianos foram repatriados para Kyiv.
Através do Facebook, o porta-voz do ministério, Oleg Nikolenko, deu conta do repatriamento dos três ucranianos, de origem húngara, referindo ainda que os cidadãos já chegaram a território ucraniano e estão a ser apoiados.
Nikolenko acrescentou que as autoridades estão a fazer esforços diplomáticos para conseguir repatriar os restantes prisioneiros retidos em Budapeste.
Depois de, a 9 de junho, o primeiro-ministro da Hungria ter anunciado que o país recebeu prisoneiros de guerra por parte da Rússia, a Ucrânia acusou o governo de Orban, na segunda-feira, de ignorar os pedidos de contacto, acusando o regime de Budapeste de usar os cidadãos como um ato de publicidade.
“Tais atos de Budapeste podem ser classificados como uma violação da Convenção Europeia dos Direitos do Homem”, acusou Nikolenko na segunda-feira, pedindo acesso imediato aos prisioneiros.
Este é mais um episódio de tensão diplomática entre a Ucrânia e a Hungria, que tem tomado decisões muito próximas da Rússia desde o início da guerra. Além de ser conhecida a finidade entre Viktor Orban e Vladimir Putin, cujas políticas ultraconservadores e nacionalistas são muito semelhantes, a Hungria colocou-se várias vezes contra a imposição de sanções na União Europeia, e Orban continua a defender que estas medidas não são adequadas.
O grupo de cidadãos ucranianos em causa é natural da Transcarpácia, uma região no oeste da Ucrânia que abriga uma grande comunidade húngara. Os prisioneiros terão chegado à Hungria através da igreja ortodoxa russa, outra organização que merece uma atenção especial por parte do primeiro-ministro húngaro.