Os principais alvos da operação são um ex-desembargador e um grupo de advogados, que articulavam o esquema para a venda de sentenças criminais, libertação de presos ou liberação de bens retidos pela Justiça.
De acordo com a PF, os principais clientes do grupo eram políticos, citando como exemplo envolvidos na Operação Pecado Capital, que em 2015 prendeu acusados de fraudes no Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte (Ipem-RN). A quadrilha cobraria cerca de 350.000 reais pelo serviço, pagos sempre antecipadamente. “Em determinado momento, um dos advogados ligado à organização criminosa teria retido os documentos de veículos de um dos delatores como forma de garantir o pagamento futuro da propina”, diz o órgão.
Segundo a investigação, fatos em que a organização teria atuado, como operações policiais, apelações criminais, ações rescisórias e revisão criminal, já foram identificados. Em um caso, a pena de um ex-prefeito, que não teve seu nome identificado pelos policiais, teria tido a pena reduzida de 28 anos para apenas dois anos e oito meses. A nota da PF afirma que a a atuação da quadrilha incluiria, até, casos relacionados à Operação Lava Jato em trâmite no tribunal.
Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, oito de condução coercitiva e treze de busca e apreensão, nas cidades de Natal, Recife e Mossoró (RN). O grupo também é investigado pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, “o nome da operação faz referência a um personagem da mitologia grega e está relacionado à traição e quebra de confiança”.