Auxiliar de Tite diz que seleção brasileira titular está definida para a Copa América

Cleber Xavier afirma que comissão técnica tem jogadores e desenho tático escolhidos, e torce para receber todos sem lesões

cleber xavier, coletiva da seleção brasileira na granja comary — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A seleção brasileira só estreia na Copa América no dia 14 de junho, mas a formação titular e a forma de atuar estão definidas na cabeça de Tite e sua comissão técnica. O auxiliar Cleber Xavier afirmou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, que as escolhas foram feitas e serão reveladas durante a fase de preparação que teve início na quarta.

Acontece que, na prática, Tite vai demorar a poder colocar sua formação ideal em treinamento, já que dois de seus titulares, Alisson e Firmino, só vão se apresentar no início de junho, depois que defenderem o Liverpool na final da Liga dos Campeões, contra o Tottenham.

– Temos o time titular em mente. Nós brincamos que vamos primeiro convocar para depois definir o time porque acontecem problemas e temos que fazer trocas. Nos últimos amistosos, tínhamos a ideia de uma equipe e tivemos de jogar com outra. Mas a equipe já está definida – afirmou Cleber.

Por enquanto, apenas sete dos 23 convocados estão concentrados na Granja Comary: o goleiro Ederson, o lateral-esquerdo Filipe Luís, os volantes Casemiro e Fernandinho, e os atacantes David Neres, Richarlison e Gabriel Jesus. Na próxima terça-feira, uma nova leva de atletas vai se apresentar, e o time poderá ganhar ao menos um esboço.

Antes de estrear diante da Bolívia, dia 14, no Morumbi, a Seleção disputará dois amistosos: dia 5, contra o Catar, em Brasília, e dia 9, contra Honduras, em Porto Alegre.

Veja outros trechos da entrevista de Cleber Xavier:

  • Convocação difícil e críticas

– Tivemos muita dificuldade pelo número de atletas que surgiram em destaque. Alguns podendo fazer mais de uma função, como o Militão, jogando em altíssimo nível como lateral ou zagueiro. Incomoda ter que deixar fora às vezes quatro jogadores que gostaríamos de ter aqui. Sentimos isso, mas temos que definir por 23. Respeitamos todas as opiniões, do público, da imprensa, até porque os meus 23 também não são iguais aos 23 do Tite, que não eram os mesmos 23 do Sylvinho. É normal. A lista final não é do Tite, ela é nossa.

  • Jogadores se apresentando gradativamente

– Atrapalha muito, mas é a realidade e estamos preparados para os treinos, que já começam hoje com bola, em buscarmos processos e desenvolvê-los com os que já estão aqui. Já temos um número de atletas com quem podemos começar a desenvolver nossas ideias.

Cleber Xavier viu do estádio os três gols de Lucas Moura contra o Ajax — Foto: Reuters

Cleber Xavier viu do estádio os três gols de Lucas Moura contra o Ajax — Foto: Reuters

  • Atuação de Lucas Moura em Ajax x Tottenham

– O Ajax foi bem superior no primeiro tempo e acredito que seria ainda mais se o David Neres estivesse em campo. O Pochettino foi feliz com a entrada do Llorente para jogar em cima do pivô, das infiltrações. E o Lucas estava numa noite iluminada, com três gols de pé esquerdo num momento mágico. Ele jogou o primeiro tempo por dentro, como “1” do ataque, e o segundo mais pelo lado, vindo para dentro para a passagem do lateral-direito Trippier. Foi uma grande atuação. Faz parte (ficar fora da lista) pela quantidade de atletas em altíssimo nível. Espero que o Lucas faça outro grande jogo dia 1º (a final da Champions), para ele é importante essa retomada, essa afirmação. Fico feliz por ele.

  • Pressão de jogar em casa

– Sou muito positivo. Tivemos uma relação parecida no jogo contra a Argentina, em 2016, no Mineirão, um estádio que não trazia boas lembranças (foi palco do 7×1 contra a Alemanha). Conduzimos com a maior tranquilidade, com coisas positivas e cuidando do aspecto tático. Fizemos um grande jogo. É importante se fortalecer mentalmente, positivamente. Para nós é uma honra disputar uma Copa América no país, o segundo torneio mais importante com a camisa da seleção brasileira. Temos o objetivo de fazer uma boa Copa América, chegar à final e conquistar o título. E usar a força da nossa torcida como foi nas eliminatórias.

  • Adversários mais difíceis

– Tenho acompanhado o Catar (próximo adversário) bem de perto e acho que será uma boa surpresa pela forma como ganhou a Copa da Ásia, passando por cima de Japão, Coreia do Sul e Arábia Saudita. Caiu num grupo forte, com Argentina, Paraguai e Colômbia, mas deve incomodar. A Venezuela é a grande surpresa da América, com bons trabalhos de base e jogo de muita qualidade. O Peru fez uma boa Copa do Mundo. Argentina e Uruguai sempre têm força e a Colômbia tem um futebol que respeitamos muito, um dos que mais nos trouxeram dificuldades. Vamos estrear contra a Bolívia, que mudou de técnico e jogará dia 2 contra a França, vamos acompanhar. Nos amistosos, queremos trazer novos detalhes para a equipe. São seleções sem muito nome, mas o Catar só perdeu um jogo dos últimos 15, sofreu só um gol na Copa da Ásia. E Honduras não tem bons resultados recentes, mas já venceu o Brasil.

  • Consolidação da equipe

– A ideia nos últimos amistosos era realmente observar alguns atletas. Agora é padrão, definição de posições e o atleta que crescer nesses jogos será uma peça a mais para ajustarmos a equipe e termos estratégia de jogo. Uma das lições da Copa são as mudanças mais rápidas de um jogo para o outro ou dentro do jogo. Escolhemos 23 jogadores que nos dão opções de mudanças de desenho, ajustes de características. Está bem definido o que queremos, os jogadores que entendemos que vão começar.

Fonte: Globoesporte || Márcio Iannacca

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