Nova Zelândia? Grécia? Montenegro? Que nada! Ninguém parou o Brasil na primeira fase da Copa do Mundo de basquete. Se entrou desacreditada no torneio, a seleção brasileira surpreendeu o mundo, derrotou nesta quinta-feira Montenegro por 84 a 73 e fechou a fase preliminar do torneio com 100% de aproveitamento, avançando para a segunda fase sem ressalvas e com a moral lá em cima para buscar uma vaga nas quartas de final da competição e até mesmo uma das duas vagas olímpicas do continente para Tóquio 2020. A última vez que o Brasil terminou a primeira fase de uma Copa do Mundo com 100% foi em Indianápolis, 2002, quando venceu Porto Rico, Turquia e Líbano.
Diante de montenegrinos eliminados, mas sem se entregar, o Brasil em momento algum baixou a guarda. Nos 40 minutos de jogo, poucas vezes ficou atrás do placar. E ainda teve a possibilidade de descansar atletas importantes para o restante da competição, como Alex e Varejão. Sofreu nos minutos finais, vendo uma vantagem de 15 pontos cair para apenas um, mas triunfou.
Nesta quinta-feira, Huertas foi muito bem, “entrando” na Copa do Mundo após duas atuações abaixo do seu habitual. Anotou 16 pontos, com seis assistências. Felício também ganhou moral, com 14 pontos e sete rebotes, assim como Benite, que anotou nove pontos. Marquinhos fez 13 pontos. No time de Montenegro, Needham foi o cestinha com 16 pontos. Dubljevic fez dez, assim como Popovic.
Agora, na próxima fase, o Brasil formará o Grupo K, que já tem também os Estados Unidos, e ganhará outros dois integrantes: República Tcheca e Grécia ou Nova Zelândia. Todos os times carregam as campanhas da primeira fase, por isso a importância da vitória e de chegar 100%. O Brasil pega os tchecos (que venceram a Turquia) no sábado, em Shenzhen, e depois os Estados Unidos na segunda-feira. Se a seleção vencer esse primeiro jogo e os americanos triunfarem sobre Nova Zelândia ou Grécia, o Brasil está classificado para as quartas de final, como fez na Espanha em 2014.
Cristiano Felício foi vital para o novo triunfo do Brasil na China — Foto: Divulgação / FIBA
A seleção voltou para o segundo quarto com um quinteto que vem funcionando na Copa do Mundo. Leandrinho e Alex foram mantidos, e Varejão, Rafa Luz e Marquinhos entraram nos minutos iniciais. A estrela rival, Nikola Vucevic, do Orlando Magic, também saiu do banco para duelo particular com Varejão. Nos primeiros quatro minutos, o Brasil seguia com dificuldade no ataque e partia mais para a individualidade do que o jogo coletivo de até então. Mesmo assim, vencia por 26 a 25. Mantendo o nível absurdo de atuações na Copa do Mundo, Alex atingiu os sete pontos e assumiu como cestinha do Brasil em bandeja para levar o placar a 35 a 33. Marquinhos veio com um chute de três pontos. Leandrinho, na última bola do primeiro tempo, ajudou o Brasil a ampliar para cinco: 43 a 38.
No começo do terceiro quarto, o Brasil abriu a caixa de ferramenta. Assim como fez nos dois primeiros jogos, usou os primeiros minutos para abrir boa margem, colocando 54 a 41, no que já vem sendo chamado de “terceiro período matador” aqui na China. Huertas, bastante acionado e em lindo lance, chegou aos 11 pontos e quatro assistências. Em seguida, Felício foi para a cravada, mantendo a seleção com 13 de frente, sua maior vantagem, faltando três minutos: 59 a 46. Em assistência de Huertas para Felício, o Brasil fechou o quarto com frente de 66 a 54, entrando nos dez minutos finais com uma larga vantagem.
No derradeiro período, a seleção conseguiu controlar os montenegrinos nos dois primeiros minutos, chegou a colocar 15 pontos, com 73 a 58. Mas, com oito pontos seguidos, em duas bolas de três, Montenegro trouxe para 73 a 66, e Petrovic parou o jogo, trazendo Rafael Luz e Marquinhos de volta, além de Varejão, Benite e Leandrinho. Com quase quatro minutos sem marcar, a seleção recolocou Montenegro no jogo, com a diferença caindo para uma posse, em 73 a 72. Foi quando Leandrinho marcou os primeiros pontos do Brasil após o apagão, e a defesa funcionou para que a posse de bola ficasse com o time amarelo faltando 3min11s. Daí em diante, a seleção voltou a comandar as ações, colocou a cabeça no lugar e abriu de novo para vencer por 84 a 73.