Um ataque do grupo terrorista Boko Haram deixou pelo menos 18 mortos em um vilarejo no Chade, perto da tríplice fronteira com Níger e Nigéria, e forçou cerca de 3 mil pessoas a abandonarem suas casas neste domingo (22). A ação ocorreu na região do Lago Chade, que vem sofrendo com um aumento dos ataques da milícia jihadista, cujo objetivo é implantar um Estado fundamentalista islâmico no norte da Nigéria.
O governador de Lago Chade, Mohammed Aba Salah, disse à “Al Jazeera” que o Boko Haram também sequestrou 10 mulheres, sendo que uma delas conseguiu escapar. “Os combatentes do Boko Haram cortaram as gargantas de dois e atiraram em outros 16”, declarou, acrescentando que a evacuação foi tomada como “medida de precaução”, já que o grupo controla algumas áreas ao redor do lago.
O Boko Haram pegou em armas em 2009 e, desde então, já matou cerca de 20 mil pessoas e abriu uma crise humanitária no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, ao contrário do sul, que é majoritariamente cristão. O grupo passou a ser mais conhecido em 2014, quando sequestrou quase 300 estudantes de uma escola de Chibok, sendo que mais de 100 continuam desaparecidas. Sua atuação também se estende para Níger e Chade, que se juntaram à Nigéria para tentar derrotar a milícia, aliada do Estado Islâmico (EI). No fim de 2017, o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, chegou a dizer que o Boko Haram havia sido derrotado.