Coreia do Sul fará treinamento de emergência com 51 milhões de pessoas no fim de agosto

Tensões com a Coreia do Norte motivaram a realização do exercício de defesa civil, que não acontecia havia seis anos no país

Em meio ao aumento das tensões com a Coreia do Norte, a Coreia do Sul realizará seu primeiro treinamento de emergência em seis anos no fim deste mês. O exercício exigirá que a maioria dos 51 milhões de habitantes do país pratique a evacuação para abrigos ou espaços seguros subterrâneos durante o exercício de 20 minutos.

Segundo reportagem da CNN, o exercício, agendado para as 14h do dia 23 de agosto, exigirá que muitos motoristas parem na beira da estrada e as saídas das estações de metrô sejam fechadas, com os passageiros obrigados a permanecer dentro, disse um comunicado do Ministério do Interior da Coreia do Sul.

“Esperamos fortalecer a capacidade de resposta da nação por meio de um exercício prático que reflita os aspectos das provocações da Coreia do Norte”, disse o primeiro-ministro Han Duck-soo em comunicado à imprensa nesta semana.

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O comunicado afirma que a simulação de 20 minutos faz parte de um exercício maior para testar a resposta do governo sul-coreano a potenciais ameaças, incluindo “a de mísseis nucleares avançados, ataques cibernéticos, terrores de drones etc.”

O primeiro-ministro também convocou os sul-coreanos a levarem o exercício a sério, algo que nem sempre foi o caso.

Muitos sul-coreanos se resignaram ao fato de que grande parte da população teria apenas alguns minutos para responder a qualquer possível míssil ou ataque aéreo feito pela Coreia do Norte.

Por exemplo, a capital Seul fica a cerca de apenas 50 quilômetros ao sul da zona desmilitarizada que separa o Sul do Norte. O Norte vive sob uma ditadura comunista comandada por Kim Jong-un e mantém alto potencial bélico ao longo de sua fronteira.

Han, no entanto, disse que os cidadãos devem “seguir a liderança da nação durante o exercício e participar ativamente dele”.

As instruções do Ministério do Interior disseram que 17 mil abrigos estariam abertos em todo o país e que os locais podem ser pesquisados em aplicativos populares entre os sul-coreanos.

Para minimizar a perturbação dos serviços essenciais, o ministério disse que hospitais, companhias aéreas, ferrovias, metrôs e tráfego marítimo comercial não seriam afetados pelo treinamento de emergência.

Ele também disse que 13 áreas do país designadas como zona de desastre após as recentes chuvas fortes seriam excluídas do exercício.

Testes com mísseis

Os sul-coreanos há muito se acostumaram a períodos de relações conturbadas com o Norte, mas o nível atual de tensão é especialmente alto.

A Coreia do Norte lançou no mês passado um míssil balístico intercontinental com o tempo de voo mais longo de todos os tempos, o mais recente avanço em um programa de mísseis que tem sido testado em um ritmo acelerado nos últimos dois anos sob o comando de Kim Jong-un.

O lançamento do Hwasong-18 foi realizado “em um grave período em que a situação de segurança militar na Península Coreana e na região chegou à fase de crise nuclear além da Guerra Fria”, disse um comunicado na mídia estatal da Coreia do Norte.

Mais tarde, em julho, um submarino balístico de mísseis nucleares da Marinha dos EUA fez escala no porto sul-coreano de Busan, provocando mais ameaças de Pyongyang, com o ministro da Defesa da Coreia do Norte, Kang Sun-nam, afirmando que a presença do navio pode atender aos critérios do país para o uso de armas nucleares.

Pyongyang testou mísseis balísticos de curto alcance depois que o submarino dos EUA fez escala em Busan.

Han, o primeiro-ministro da Coreia do Sul, disse que o exercício de defesa civil seria realizado em conjunto com grandes exercícios militares EUA-Coreia do Sul, que no passado atraíram críticas severas de Pyongyang.

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