Segundo um comunicado do Pentágono, o drone de vigilância da Marinha americana foi abatido quando se encontrava em “espaço aéreo internacional”.
De acordo com os responsáveis pela Defesa americana, “as informações iranianas segundo as quais o engenho aéreo sobrevoava o Irão são falsas”.
O comunicado refere que o “drone de vigilância marítima RQ-4A Global Hawk”, fabricado pela empresa norte-americana Northrop Grumman, foi “abatido”, esta madrugada, “por um sistema antiaéreo de mísseis terra-ar iraniano, quando operava em espaço aéreo internacional, sobre o estreito de Ormuz”.
Os Guardas da Revolução iranianos anunciaram hoje terem abatido um drone americano, alegando que este estava a violar o espaço aéreo iraniano no Sul do país.
De acordo com a Press TV, o canal de informação em inglês da televisão estatal iraniana, o drone “foi abatido pela força aérea” iraniana, na província costeira de Hormozgan.
A televisão estatal não forneceu, contudo, imagens do drone abatido.
O comandante dos Guardas da Revolução, general Qassem Soleimani, disse que o Irão “não tem qualquer intenção” de entrar em conflito com outra nação do mundo, mas garantiu que o país “está pronto para a guerra”.
Este incidente ocorre num contexto de crescente tensão entre o Irão e os Estados Unidos e depois de, na passada quinta-feira, dois petroleiros, um norueguês e um japonês, terem sido alvo de ataques no estreito de Ormuz.
O Irão negou qualquer envolvimento nos ataques e sugeriu que podia tratar-se de um golpe dos EUA para justificar o uso da força contra a república islâmica.
Na segunda-feira, os países-membros da União Europeia (UE) mostraram-se prudentes na atribuição de responsabilidades sobre os ataques no golfo de Omã, recusando-se a alinhar nas culpas atribuídas a Teerão por Estados Unidos, Reino Unido e Arábia Saudita, rival regional do Irão.
A Alta Representante para a Política Externa e de Segurança Comum da UE, Federica Mogherini, admitiu a preocupação do bloco “com o risco de derrapagem” nas relações entre EUA e Irão.
O diferendo entre os Estados Unidos e o Irão é longo e a crispação está a aumentar desde que o Presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos, há um ano, do acordo nuclear internacional assinado, em 2015, entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança — Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China –, mais a Alemanha, e o Irão, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana.