Polónia autoriza comissão polémica para investigar interferências russas

Os nacionalistas populistas no poder na Polónia deram hoje 'luz verde' ao lançamento de uma polémica comissão sobre as influências russas no país, criticada por Washington e Bruxelas e suspeita de visar a oposição, em véspera de eleições legislativas.

A maioria parlamentar elegeu os nove membros da comissão enquanto toda a oposição se recusou a apresentar os seus candidatos e a votar a proposta, descrevendo a nova entidade como “ilegal” e “inconstitucional”.

A comissão deverá investigar se entre 2007 e 2022 os políticos polacos tomaram decisões que favoreciam os interesses russos, que colocariam em causa a segurança do país.

Nas próximas eleições, o partido Lei e Justiça, que governa desde 2015, tenta um terceiro mandato, ao mesmo tempo que enfrenta uma coligação de partidos centristas, agora na oposição.

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O partido no poder acusa o líder da oposição, Donald Tusk – ex-presidente do Conselho Europeu e líder da coligação de partidos cívicos -, de ter sido demasiado amigável com a Rússia e com o Presidente Vladimir Putin, e de ter feito acordos de gás favoráveis a Moscovo, quando foi primeiro-ministro, entre 2007 e 2014, antes de ir para Bruxelas.

Os críticos do atual Governo dizem que a comissão obterá poderes que considera inconstitucionais, incluindo a capacidade de excluir funcionários da vida pública durante uma década.

A União Europeia iniciou em Junho uma ação judicial contra a Polónia, país membro, devido à controversa lei que cria a comissão e avisou para a possibilidade de medidas sancionatórias, caso o órgão seja ativado.

Também os Estados Unidos criticaram esta decisão, alegando violação do estado de Direito.

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