Prefeito de NY autoriza Trump a acessar prisão para deportar imigrantes

A medida visa facilitar investigações e possíveis deportações de imigrantes em situação irregular que tenham cometido crimes violentos

O prefeito de Nova York, Eric Adams, anunciou nesta quinta-feira (13) que permitirá o acesso de agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos Estados Unidos (ICE) à prisão de Rikers Island. A medida visa facilitar investigações e possíveis deportações de imigrantes em situação irregular que tenham cometido crimes violentos, marcando uma mudança significativa na postura da cidade em relação à política migratória.

Adams, que pertence ao Partido Democrata, é o primeiro líder de uma grande cidade norte-americana a colaborar abertamente com as rigorosas políticas anti-imigração do presidente Donald Trump. A decisão foi tomada após uma reunião entre o prefeito e Tom Homan, principal autoridade do governo federal para imigração, na qual discutiram como Nova York poderia cooperar com os planos de deportação em massa da administração republicana.

“Vamos permitir que agentes do ICE auxiliem investigações que envolvem criminosos violentos e gangues. Nossa prioridade é garantir a segurança pública, sem comprometer os direitos dos imigrantes que vivem e trabalham de maneira honesta na cidade”, afirmou Adams durante coletiva de imprensa.

A decisão do prefeito ocorre em meio a um cenário político turbulento. Dias antes do anúncio, o Departamento de Justiça dos EUA, agora sob o comando da secretária Pam Bondi, arquivou investigações que conduzia contra Adams, alegando que isso permitiria uma melhor cooperação entre a cidade e o governo federal. A medida gerou forte reação entre promotores, levando à renúncia de uma procuradora federal de Nova York e de dois funcionários da pasta da Justiça em Washington.

No entanto, a legalidade do decreto de Adams ainda pode ser contestada. Nova York tem leis rigorosas que restringem a colaboração entre autoridades locais e o governo federal em questões migratórias. Além disso, a Câmara de Vereadores, dominada por democratas progressistas, já indicou que pretende questionar a autoridade do prefeito para implementar tal mudança.

Até 2014, o ICE mantinha um escritório dentro da prisão de Rikers Island, facilitando deportações de imigrantes condenados por crimes. Contudo, com a aprovação das chamadas “leis santuário”, a cooperação foi interrompida, dificultando a ação dos agentes federais na cidade.

Além do acordo com Adams, o governo Trump anunciou na quarta-feira (12) que moverá uma ação judicial contra o estado de Nova York para derrubar uma lei que permite a emissão de carteiras de motorista para imigrantes sem documentação regular. A secretária de Justiça, Pam Bondi, classificou a legislação como uma barreira para a atuação das autoridades migratórias e acusou o estado de “priorizar imigrantes ilegais em detrimento dos cidadãos americanos”.

Caso o processo tenha êxito, a revogação dessa lei pode ter um impacto significativo na vida dos imigrantes em situação irregular, dificultando o acesso a serviços essenciais como abertura de contas bancárias, programas de assistência social, seguros e até mesmo a formalização de casamentos. A decisão também pode estabelecer um precedente para outras regiões dos Estados Unidos, tornando a vida de milhões de imigrantes ainda mais difícil.

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