Sistema “Táxi Compartilhado” é votado na Câmara Municipal de Porto Velho

Reunião aconteceu após dois adiamentos na tarde desta terça-feira (10). Casa contabilizou 16 votos a favor contra dois e segunda votação deve acontecer após 1º de agosto.

O sistema de “Táxi Compartilhado” em Porto Velho foi votado após sessão no plenário da Câmara Municipal da capital na tarde desta terça-feira (10). A casa contabilizou 16 votos a favor contra dois. A segunda votação deve acontecer após o dia 1º de agosto, quando o plenário volta do recesso. Após o processo na Câmara, a prefeitura precisa fazer a regulamentação.

A decisão gerou revolta dos sindicalistas que são contra a medida. Conforme imagens registradas pelo G1, houve tumulto e confusão entre sindicalistas que não concordaram com o primeiro resultado da votação.

Os seguranças da Câmara Municipal precisaram conter alguns manifestantes, que subiram próximo ao plenário para desferir palavras ofensivas contra o presidente da Câmara. Balas de borracha e spray de pimenta foram lançados pela Polícia Militar.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Enquanto isso, os taxistas comemoraram a votação que foi a favor do serviço de táxi compartilhado na capital.

Sindicalistas se revoltam após decisão de manter sistema de Táxi Compartilhado

Sindicalistas se revoltam após decisão de manter sistema de Táxi Compartilhado

Cerca de 50 pessoas de cada categoria acompanharam a reunião no local. Com o resultado, os funcionários consórcio do Sistema Integrado Municipal (SIM) ameaçaram manter a decisão de paralisar as atividades por tempo indeterminado em protesto.

A reunião no plenário foi iniciada por volta das 15h20 pelo presidente da Câmara, Maurício Carvalho (PSDB). O segundo cancelamento aconteceu na tarde de segunda-feira (9) após um tumulto por excesso de pessoas. Durante a confusão, o vidro do salão de julgamento chegou a ser derrubado.

O presidente do Sindicato dos Taxistas (Sintax), Francisco Santos, informou que cumpriu com a medida imposta pelo regimento interno da casa, que estipulou 50 representantes para cada categoria. Até o momento, a votação se mantém três votos a um a favor do projeto.

Porém, ao G1, os sindicalistas que são contra ao projeto afirmamam que, caso a votação seja favorável à medida, eles devem continuar com a paralisação dos ônibus. A decisão de manter Porto Velho sem ônibus em caso de aprovação aconteceu durante assembleia na manhã desta terça-feira (10).

De acordo com o Consórcio SIM, a ação prejudicaria ao menos 80 mil usuários de transporte público em Porto Velho.

Passageiros sem transporte

 No segundo dia de paralisação, pontos de ônibus ficaram vazios em Porto Velho.  (Foto: Cássia Firmino/G1)

No segundo dia de paralisação, pontos de ônibus ficaram vazios em Porto Velho. (Foto: Cássia Firmino/G1)

Com a paralisação por tempo indeterminado dos ônibus, os passageiros que dependem do transporte público em Porto Velho têm buscado novas alternativas de mobilidade. Segundo o Consórcio SIM, ao menos 60 mil pessoas ficaram sem o serviço nesta terça-feira.

Foi o caso da estudante de psicologia Ester Amália, que usou a parada de ônibus na tarde desta terça como ponto de espera de uma carona. Moradora do Bairro Nacional, a jovem afirmou que costuma pega dois ônibus para chegar ao campus da Universidade Federal de Rondônia (Unir) na BR 364.

 Estudante de psicologia Ester Amália usou a parada de ônibus como ponto de espera de carona. (Foto: Pedro Bentes/G1)

Estudante de psicologia Ester Amália usou a parada de ônibus como ponto de espera de carona. (Foto: Pedro Bentes/G1)

“Estudo em período integral e hoje pela manhã não consegui ir a aula por não ter alternativa além do ônibus. Estou preocupada, pois amanhã, quarta feira, terei prova e ainda não sei como vou fazer”, descreve a acadêmica.

Enquanto motoristas e cobradores de ônibus do Consórcio SIM paralisam em protesto a possível regularização do “táxi compartilhado”, os próprios taxistas que atuam pelo sistema de lotação, atualmente ofertado a R$ 5, aproveitaram a paralisação para faturar. É o caso de Ricardo Mori, taxista há mais de 30 anos.

“Hoje o movimento foi maior do que nos outros dias. As pessoas precisam ir ao trabalho com greve ou não. Elas gostam da comodidade oferecida pelo táxi lotação. Nós optamos pelo táxi compartilhado para driblar a concorrência injusta dos aplicativos de transporte, além de oferecer um serviço com um preço próximo ao que é cobrado por uma passagem de ônibus [R$ 3,80]”, disse o taxista.

Comentários

Deixe seu comentário