Aassociação dos servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) publicou, na noite deste domingo, 7, uma nota em que afirma que os profissionais da agência detectaram “ameaças ao aniversário da fatídica data do dia 8”. O documento não traz mais detalhes, mas a autenticidade do mesmo foi confirmada pela entidade ao Estadão. As cenas de vandalismo do dia 8 de janeiro de 2023 serão relembradas em ato no Congresso Nacional nesta segunda-feira, 8, às 15h. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes da cúpula do Judiciário e do Legislativo devem participar.
O documento é assinado pela União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin, a Intelis, com data de segunda-feira, 8. Intitulado “A Inteligência de Estado e o 8 de Janeiro”, a nota faz uma defesa do papel da ABIN e de seus servidores na defesa da democracia.
A reportagem do Estadão procurou tanto a Presidência da República quanto secretários do Ministério da Justiça para comentários, mas eles decidiram não se manifestar. A Intelis confirmou a autenticidade da nota, mas disse que não poderia fornecer mais detalhes sobre a suposta ameaça ao evento do dia 8.
“Mesmo em meio a ataques de atores mal intencionados, que tentam atribuir malfeitos à Abin e aos seus servidores e transformar alegados desvios individuais em ataques políticos para a desestabilização de toda a instituição, seguimos trabalhando incansavelmente, imparciais e discretos, inclusive hoje, detectando ameaças ao aniversário da fatídica data do dia 08”, diz um trecho da nota.
“Desde sua criação, em 1999, os profissionais de inteligência de Estado da ABIN têm atuado para proteger as instituições democráticas e o processo eleitoral. A atividade de inteligência é, por natureza, silenciosa. Somos uma linha invisível de defesa do Estado, e o não reconhecimento público das nossas contribuições é um fardo que escolhemos carregar”, diz o texto.
A nota também destaca o trabalho de “monitoramento de grupos extremistas” realizado pela agência, inclusive durante o ano eleitoral de 2022. Ao longo do processo eleitoral, o órgão enviou relatórios de inteligência a diversos destinatários engajados nas eleições. Foi elaborado, ainda, o “Protocolo de Prevenção de Ameaças do Extremismo Violento Ideologicamente Motivado”, e produzidas e difundidas informações que culminaram em operações policiais com a identificação e a prisão de indivíduos radicalizados”.