Líder do governo diz que idade mínima para mulher foi fechada em 62 anos

O líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), afirmou ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a idade mínima das mulheres será fixada em 62 anos no relatório do deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA). A decisão atende a um pleito da bancada feminina da Câmara, composta por 55 deputadas. Moura disse que a decisão deve ser anunciada em breve por Oliveira Maia em coletiva na Câmara dos Deputados.

Mais cedo, a coordenadora da bancada feminina na Câmara, a deputada Soraya Santos (PMDB-RJ) afirmou que a idade mínima menor para as mulheres era uma “questão emblemática” para elas. “Para mostrar que o Brasil precisa fazer o dever de casa. A maioria das mulheres tem dupla jornada no trabalho e em casa, ganha salários menores”, disse ao Broadcast Político.

O fechamento em torno dos 62 anos é uma vitória da bancada em relação ao governo e a equipe econômica que queria tentar pelo menos reduzir dos 65 para os 63 anos.

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Adiamento 

A indefinição sobre a idade mínima para aposentadoria das mulheres foi um dos fatores que provocou o adiamento da apresentação do relatório final da proposta de reforma da Previdência para esta quarta-feira (19) — inicialmente, o texto seria lido na tarde de hoje. O presidente da comissão especial da Previdência, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), garantiu, no entanto, que a aprovação da matéria não será prejudicada pelo atraso.

“Todos concordaram que é melhor que nós concedamos ao relator mais essas horas para que tenhamos amanhã um texto efetivamente definitivo que vai servir não de base, mas de futuro da Previdência do país”, disse Marun a jornalistas em intervalo de uma reunião com o presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e outros integrantes da base aliada na manhã desta terça (18).

Pela proposta orginal do governo, tanto homens quanto mulheres teriam idade mínima de 65 anos para se aposentar, mas houve reações sobretudo da bancada feminina no Congresso Nacional.

Apesar do adiamento da leitura do relatório da Previdência, Marun disse que o cronograma de votação da matéria não será prejudicado.

A intenção do governo é votar o texto do relator na comissão na Câmara na próxima semana, a partir de 25 de abril, e apreciá-lo no plenário da Casa em primeiro turno até a segunda semana de maio. O Planalto mantém o discurso de votar a reforma no Senado até meados de julho, antes do recesso legislativo, mas nos bastidores já há perspectiva de uma apreciação final apenas em agosto.

 

Fonte: R7