Entenda o que é o Pacto de Migração da ONU, que o Brasil abandonou

o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a decisão de abandonar o pacto foi motivada pela preservação dos valores nacionais

Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular (GCM), conhecido como Pacto Global de Migração da ONU, é basicamente um conjunto de diretrizes visando a colaboração em questões migratórias. Não vinculante (sem caráter de lei), permite que os signatários continuem responsáveis por suas próprias políticas de imigração, mas aumentem a cooperação internacional sobre o tema.

Quantos países participam?

193 participaram da negociação no âmbito da ONU, mas 164 assinaram o documento, entre eles o Brasil.

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Quem se recusou a adotar o pacto?

EUA, Hungria, Itália, Áustria, Polônia, Eslováquia, Chile e Austrália. O Brasil assinou, mas o governo Bolsonaro anunciou sua retirada do pacto.

O que o pacto prevê?

– O migrante que estiver irregular no país não poderá ser deportado imediatamente, mas terá de ter seu caso analisado individualmente;

– O migrante ilegal terá acesso a Justiça, saúde, educação e informação;

– Ficam proibidas deportações coletivas e discriminação na análise sobre a permanência ou não do migrante no país;

– A detenção de migrantes deve ser o último recurso e, caso seja necessária, deve ser o mais curta possível;

– Migrantes ilegais devem obter um documento de identificação.

Que objetivos o pacto recomenda?

– Obter melhores informações sobre a migração internacional;

– Minimizar fatores que obriguem as pessoas a deixarem seus países;

– Reduzir vulnerabilidades durante a migração;

– Combater o contrabando e o tráfico de pessoas.

Quais são as críticas ao pacto?

Vários países, como os EUA, argumentam que o documento é incompatível com sua soberania e suas decisões sobre política imigratória. Outros, como a Polônia e a Hungria, dizem que vai incentivar a migração ilegal.

Em sua conta nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a decisão de abandonar o pacto foi motivada pela preservação dos valores nacionais. “O Brasil é soberano para decidir se aceita ou não migrantes”, disse.