“Que eles todos [os ocidentais] sofram para lá. Temos de nos lembrar disso, de nos vingarmos deles sempre que possível. São nossos inimigos”, escreveu o antigo Presidente russo na rede de mensagens Telegram.
Medvedev também apelou para a realização de operações secretas nos territórios dos países ocidentais, sendo que a Rússia já é regularmente acusada de operações de espionagem, influência e assassinatos ou tentativas de assassinato, que Moscovo nega sistematicamente.
É também necessário “implementar, nos seus territórios, atividades de um certo tipo, das quais não podemos falar publicamente. Na guerra como na guerra”, concluiu.
Dmitri Medvedev, que já foi considerado uma figura bastante liberal no sistema do Presidente Vladimir Putin, afirmou-se, desde o início do ataque contra a Ucrânia, como uma voz particularmente radical, nomeadamente ameaçando recorrer a armas nucleares ou invadir países que apoiam Kiev.
Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram na sexta-feira a adoção de centenas de novas sanções para garantir que Putin “pague um preço ainda mais elevado” pela repressão a opositores e pela invasão da Ucrânia.
A presidência norte-americana anunciou um arsenal de medidas visando tanto indivíduos ligados à prisão do opositor Alexei Navalny, que morreu na passada sexta-feira num estabelecimento prisional do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos, como à chamada máquina de guerra russa.
O novo pacote de sanções também abrange pessoas e entidades que ajudam Moscovo a contornar as medidas sancionatórias já em vigor.
Na quinta-feira, o Departamento de Tesouro dos EUA já tinha avisado que este seria “o mais amplo pacote de sanções desde o início da invasão da Ucrânia por Putin”.
Trata-se de mais de 500 novas sanções contra “indivíduos ligados à prisão de Navalny” e contra “o setor financeiro russo, a indústria de defesa, as redes de abastecimento e os autores de sanções de evasão, em vários continentes”, referiu a mesma fonte.
Também Bruxelas aprovou um novo pacote de sanções (o 13.º) contra a Rússia por causa da invasão da Ucrânia, impondo restrições a mais 106 pessoas e 88 organizações, particularmente da área da defesa.
De acordo com informação divulgada pela União Europeia, o 13.º pacote tem como “alvo primário os setores militar e da defesa, e indivíduos associados, incluindo os envolvidos no fornecimento de armamento da Coreia do Norte à Rússia, assim como funcionários judiciais, autarcas e pessoas responsáveis pela deportação ilegal e reeducação militar de crianças ucranianas”.
Desde o início da invasão russa, a UE incluiu na lista de visados pelas sanções “mais de 2.000 pessoas e entidades” responsáveis por alimentarem o conflito.