Estudante de Rondônia que participou do Jovem Senador 2016 é admitido em Harvard

 Leonardo Brito teve oportunidade de discursar no Plenário do Senado

Jovem senador representante do estado de Rondônia em 2016, Leonardo Brito foi aprovado para um curso de graduação em uma das instituições mais renomadas do mundo: a Universidade de Harvard, Estados Unidos, que concedeu a ele bolsa integral, incluindo a acomodação. O garoto de 17 anos que tinha o sonho de se tornar cientista e contribuir com mudanças na legislação para impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico do país viu seu desejo ser superado. Ele também foi aceito nas universidades de Stanford, Columbia e Tufts. Leonardo começará os estudos em Harvard no mês de agosto.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

— Acho que o Jovem Senador teve um peso enorme na minha entrada. No formulário que enviamos para eles, eles nos pedem que citemos os dez programas mais interessantes que fizemos durante o ensino médio, e o Jovem Senador estava lá. Sei que foi uma das coisas mais importantes, até porque eu tenho essa paixão por política e pude mostrar isso para eles — acredita.

O programa Jovem Senador é um projeto da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Secretaria-Geral da Mesa (SGM) e Consultorias Legislativa e de Orçamento, com apoio da Diretoria-Geral (DGer).

Como jovem senador, Leonardo fez parte da comissão que apresentou o projeto que torna crime inafiançável os atos de discriminação ou preconceito de procedência regional ou identidade cultural (SUG 1/2017). A proposta, que também institui o Dia Nacional de Combate ao Preconceito de Procedência Regional e Identidade Cultural, está em análise na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que pode aprovar ou não a tramitação do texto como projeto de lei.

Oportunidades

O plano de Leonardo é investir na área de ciências exatas. Em Harvard, porém, pretende aproveitar “todas as oportunidades possíveis” durante a graduação de quatro anos. Isso porque, naquela instituição, não há limitação de disciplinas nos quais o aluno pode se matricular, como ocorre no Brasil.

— Eu tenho dois anos para experimentar tudo o que eles me oferecerem, e só depois desse tempo vou precisar escolher qual caminho seguir. Gosto mais da área de exatas, mas antes de definir o que fazer eu pretendo experimentar de tudo um pouco. Sei que eles têm professores com prêmios Nobel em política e economia, então eu quero fazer de tudo, até música — planeja.

Estudar inglês não foi uma ideia do próprio Leonardo, mas foi preponderante para o seu futuro. Ele teve aulas com uma secretária da escola onde estudava e, tempos depois, entrou em um curso particular. A dedicação à língua foi tanta que chegou a criar um projeto em sua cidade.

— A ideia de eu começar a estudar inglês partiu da minha mãe e, na época, eu não tinha ideia de quão importante isso seria para mim. Hoje, coordeno o projeto social Letters for Learning, que consiste em trocar cartas com pessoas do mundo todo. Com isso, eu acabei virando professor e tinha que aprender mais para ensinar para os meus alunos. Isso me ajudou inclusive a passar na prova do TOEFL (teste de proficiência na língua inglesa), exigida para entrar nas universidades americanas — relata.

A conquista de Leonardo é comemorada pela equipe organizadora do Jovem Senador. Coordenadora de Gestão de Eventos da Secretaria de Relações Públicas, que representa a Secom na organização do programa, Márcia Yamaguti avalia que o Jovem Senador tem um papel importante no engajamento social dos estudantes e contribui para sua formação, estimulando o papel crítico e a participação cidadã da juventude.

Herivelto Ferreira, chefe do Serviço de Eventos Legislativos e Protocolares, ressalta os frutos gerados a partir do projeto.

— Nós temos vários casos em que os jovens senadores alcançaram coisas interessantes. Um deles seguiu o caminho da política e virou vereador, por exemplo. Já o Leonardo alcançou uma das maiores universidades do mundo, e acredito que o programa tenha tido uma parcela nisso — avalia.

O programa

O Jovem Senador é realizado anualmente para que estudantes do ensino médio de escolas públicas estaduais e do Distrito Federal, de até 19 anos, conheçam de perto o processo de elaboração das leis. Os participantes são escolhidos por meio de concurso de redação.

A legislatura tem duração de quatro dias e inicia-se com a posse dos jovens senadores e a eleição da Mesa Diretora. Os trabalhos são encerrados com a votação de projetos propostos por eles.

Apenas em 2016, mais de 113 mil redações foram recebidas de 1.658 escolas. Dos 27 alunos escolhidos, 74% eram oriundas de cidades do interior do país, como foi o caso de Leonardo. Os outros 26% vieram de capitais, a maior parte da Região Norte (AC, AP, AM, PA e RR).

 

Fonte: Roque de Sá/Agência Senado