O Conselho de Sentença condenou nesta terça-feira (26) Erivaldo Resende de Meireles por assassinar com tiros na cabeça a ex-mulher e diretora de um posto de saúde, Edna Braz Nóbrega de Lima, em julho de 2018. O crime aconteceu em Candeias do Jamari (RO), região metropolitana de Porto Velho.
Depois de quase 20 horas do julgamento, o réu foi condenado a pena de 16 anos de reclusão, em regime inicial fechado.
A sentença foi lida pelo juiz José Gonçalves da Silva, no Tribunal do Júri de Porto Velho, por volta das 3h30 desta terça-feira (26).
A sessão estava marcada para começar às 8h30 da segunda-feira (25). Porém, a falta de uma das testemunhas de defesa gerou um impasse e atrasou o início.
O corpo de jurados foi formado por sete pessoas – quatro homens e três mulheres. No total, 12 testemunhas foram ouvidas, sendo quatro de defesa. Segundo o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), o acusado passou a maior parte do tempo de cabeça baixa.
A primeira pessoa a testemunhar foi uma amiga da vítima. Em uma parte do depoimento, ela informou à promotoria que Edna relatou algumas ameaças que vinha recebendo do réu.
Ao todo, 12 testemunhas foram ouvidas. — Foto: Divulgação/TJ-RO
Em seguida foi a vez de um policial. Segundo ele, amigas de Edna contaram que a vítima relatou ter sido recebida pelo marido armado com um revólver. Na ocasião, Erivaldo teria falado que não a mataria, já que os filhos estavam em casa naquele momento.
O policial também apontou que a filha dos dois teria apagado os aplicativos de conversa do pai dela em meio aos preparativos do velório. Disse ainda, diante do júri, que o réu premeditou o crime. As investigações apontaram que Erivaldo pode ter cortado caminho por dentro da propriedade até o local exato da execução.
O réu Erivaldo (blusa amarela) foi ouvido e disse ser inocente das acusações. — Foto: TJ-RO/Divulgação
Após todas as testemunhas falarem, foi a vez do réu. Erivaldo deu início ao interrogatório alegando inocência de todas as acusações. O réu disse também que nunca mexeu com arma, nem mesmo que tinha algum revólver em casa.
O debate entre acusação e defesa começou após o intervalo, por volta das 21h de segunda-feira. De acordo com o TJ-RO, o réu respondia por feminicídio com agravantes de motivo fútil e recurso que dificultou a defesa de Edna. O G1 tenta localizar os advogados de Erivaldo.
Entenda o caso
Edna Braz Nóbrega de Lima foi morta com dois tiros na cabeça no dia 18 de julho de 2018. A diretora do posto de saúde saiu de casa para trabalhar, quando foi encontrada ferida dentro do carro.
Socorrida por um morador da região e levada até um posto de saúde, ela ainda chegou a ser atendida por uma ambulância, mas morreu quando estava a caminho de Porto Velho.
Edna Braz de Lima, diretora de um posto de saúde, foi assassinada em 18 de julho de 2018. — Foto: Reprodução/ Facebook
Segundo o boletim de ocorrência, registrado no mesmo dia, o suspeito foi encontrado na residência do casal no dia do assassinato e disse saber o que tinha acontecido com sua esposa. Porém, não tomou nenhuma providência. O homem ainda disse que a servidora pública estava sendo ameaçada por um ex-funcionário.
Durante investigações, a Polícia Civil apontou Erivaldo como o principal suspeito do crime, e pessoas próximas à vítima afirmaram que ela tinha medo de ser morta pelo ex-marido.
Fonte:G1