A mãe da jovem Tainá Carina de Lima Mendonça criticou a Polícia Civil por não terem avisado a família no último domingo (24) ao terem encontrado a ossada humana suspeita de pertencer à filha em uma área rural de Buritis (RO), no Vale do Jamari. Maria das Graças disse ao G1 que enquanto não houver exames que comprovem a morte da filha, ela acredita que ainda possa encontrá-la com vida.
Maria da Graças se deslocou até a Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp) de Ariquemes (RO) na manhã desta segunda-feira (25) para buscar informações sobre o caso, pois ainda não havia sido informada sobre o encontro da ossada.
“Não tenho nada contra o trabalho da polícia, mas eu acho que eles deveriam ter me avisado antes de soltarem na mídia. Não se deram o trabalho de dar um telefonema para avisar que acharam o um corpo que podia ser da minha filha, chamando para ir reconhecer ou pedindo para soltar na mídia. É muito triste pra gente saber uma notícia dessas pela mídia”, exclamou.
‘Não me conformo que ela esteja morta’ diz mãe de jovem grávida sumida há oito meses em RO (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)
Tainá Carina desapareceu quando estava no oitavo mês de gestação e tinha o parto do filho marcado para o dia 14 de novembro de 2017. Com o encontro da ossada humana, a Polícia Civil trabalha com a possibilidade em ser a filha de Maria das Graças, ela questiona sobre o corpo do neto.
“São duas vidas, eu quero saber se tinha a ossada do bebê, por que ele já estava pronto para nascer. Se não tiver e for a minha filha, vou querer saber onde está essa criança. Alguém a tirou, ou vendeu, ou pegou, alguma coisa aconteceu, por que essa criança também ter que ter uma ossada”, relata a mãe.
Emocionada, Maria das Graças comentou que a filha faria 23 anos na próxima quinta-feira (28) e que durante todo esse período o sentimento de angústia não lhe abandonou. Em meio aos oito meses de espera sobre paradeiro da filha, Maria disse que sempre terá fé em rever Tainá com vida.
“Ela faria aniversário no próximo dia 28, e a gente sem saber de nada, se está viva ou se está morta, é muito difícil. Eu tenho esperança que ela possa estar viva em algum lugar. Pra mim, só na hora que ter um exame para comprovar que ela está morta, aí não tem jeito, vou ter que se conformar, mas enquanto isso, não consigo me conformar que ela está morta”, destacou.
Ossada encontrada
Polícia Civil de RO encontra ossada humana e investiga se pertence a jovem grávida desaparecida há oito meses (Foto: Edson Nascimento/TBN notícias)
A Polícia Civil de Buritis encontrou uma ossada humana em uma área de mata a cerca de 16 quilômetros de Buritis. Dois homens que se deslocariam até uma represa para pescar viram os ossos e foram até a Unisp do município para informar a polícia.
Roupas femininas foram encontradas junto aos ossos e a Polícia Civil investiga se a ossada pertence à Tainá Carina. O material encontrado no local passou uma análise inicial da perícia técnica e será encaminhado a Porto Velho para ser confrontado com o DNA coletados com a família da jovem.
O caso
Tainá Carina desapareceu no dia 27 de outubro de 2017, depois de dizer aos familiares que iria até a residência do ex-marido, para exigir que ele pagasse a pensão da filha de cinco anos que eles tiveram e para que ele assumisse a paternidade do filho que esperava. A jovem estava no oitavo mês de gestação e o parto estava marcado para o dia 14 de novembro de 2017.
O ex-marido de Tainá foi preso no dia 28 de outubro, por ser o principal suspeito no desaparecimento da jovem, mas ele comprovou que estaria em uma autoescola do município e foi solto.
A PM encontrou uma casa localizada na zona rural de Monte Negro, no dia 8 de novembro, que poderia ter servido como cativeiro para a jovem. Maria das Graças chegou a reconhecer uma calcinha e um batom da filha encontrado no suposto cativeiro, mas a polícia confirmou que os objetos não eram da grávida.
Em janeiro deste ano, o cunhado de Taina Carina foi preso por usar o número de celular da jovem. Segundo a Polícia Civil, ele não era suspeito do desaparecimento de Tainá, mas a prisão aconteceu para esclarecimentos sobre o uso do número da grávida em um aplicativo de mensagens.
Cinco dias depois, o cunhado de Taina foi solto após a mãe e a irmã da jovem confessarem que colocaram o chip no celular do cunhado da grávida sem o conhecimento dele.
Em fevereiro deste ano, um machado foi encontrado em um terreno baldio de Monte Negro, com a suspeita de que poderia ter sido usado para assassinar a jovem. Mas a relação do objeto com o caso foi descartado pela Polícia.