Cremero confirma surto de infecção após mutirão de cirurgias oftalmológicas realizado pelo governo de RO

Fiscalização foi realizada no local onde as cirurgias foram realizadas. Presidente do Cremero afirma que pacientes correm risco de perder a visão.

O Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) confirmou, nesta quarta-feira (9), um surto de infecção em pacientes que participaram do mutirão de cirurgias oftalmológicas realizado em fevereiro pelo Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Segundo o conselho, pelo menos 40 pessoas diagnosticados com endoftalmite, uma infecção oftalmológica pós-cirúrgica. Até o momento, 13 deles foram positivados para a bactéria pseudômonas, a mais grave na especialidade. Esses pacientes correm o risco de perder a visão.

De acordo com o Cremero, o Departamento de Fiscalização recebeu a denúncia sobre o caso e decidiu apurar o estado do local onde as cirurgias são realizadas. Os médicos responsáveis também foram ouvidos e relataram a rotina de trabalhos.

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“Um número abusivo de cirurgias realizadas por dia, em que fica difícil manter a segurança dos procedimentos e pacientes”, apontou a presidente do Conselho, Ellen Santiago.

Através das informações colhidas in loco, o Cremero pretende abrir uma sindicância para apurar possíveis infrações ao Código de Ética da medicina. Também foi enviada uma recomendação para que mutirões de cirurgias oftalmológicas sejam suspensos, por segurança, até o esclarecimento dos casos de endoftalmite.

“É importante salientar que para essa cirurgia ser bem realizada, o paciente precisa ser preparado. Ele não pode simplesmente ser atendido em um dia, fazer apenas um exame oftalmológico e ser operado no outro dia”, ressalta Ellen Santiago.

“Os mutirões podem acontecer desde que os pacientes sigam todas as etapas de um procedimento cirúrgico como se ele fosse o único a ser realizado no dia”, completa.

g1 entrou em contato com a Sesau para saber se a estrutura era suficiente para atender, com segurança, o público necessário e quais medidas foram tomadas para auxiliar os pacientes contaminados. Mas até o momento da publicação desta reportagem, não obteve retorno.